quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O que fazemos com o erro dos outros?

Na reunião da segunda-feira na comunidade que assessoro, dentro do contexto do estudo, propus a seguinte pergunta: O que fazemos com o erro dos outros? Acho que é uma reflexão oportuna.
Ontem postei um texto sobre Francisco de Assis, um homem que dedicou-se a servir aos demais e encontrou sentido nisso. Viveu sua missão plenamente. Conosco às vezes acontece o contrário, não só vivemos na base do “salve-se quem puder”, como dificultamos a vida dos demais. Nada de pessimismo. Acredito que haja mais gente torcendo pelo bem do próximo do que pelo seu infortúnio.
Na mesma linha, tem uma frase que circula por aí “Aderi à campanha pela vida: cada um cada da sua!” A pessoa que coloca essa frase no msn, por exemplo, está mandando um recado muito sério aos outros. Prá mim ela está querendo dizer: “não se intrometa na minha vida! Cuide da sua que já está muito bom.”
É claro que se cada pessoa cuidasse bem de si mesma, com gratidão pela própria vida, fazendo escolhas conscientes, buscando o melhor, seria muito bom. Mas levando em conta que sozinho não podemos muito, é melhor construirmos pontes, e com passagens de mão dupla. Assim, poderíamos levantar nossa bandeira com outra frase: “Aderi à Campanha pela vida: sejamos solidários!”
Mas a proposta agora é nos questionarmos sobre a pergunta inicial. Quando nos deparamos com os erros dos outros, qual nossa atitude? Somos daqueles que acumulam informações, segredos e críticas aos demais para usar na hora oportuna? Somos daqueles que se escondem por trás das falhas alheias, achando-se perfeitos e infalíveis? Ou somos do grupo que acolhe a fragilidade dos demais, considerando que crescimento e maturidade são construídos com erros e acertos?
Acolher as próprias fraquezas e as dos outros não significa concordar com o que está errado, mas decantar o erro do errado, o criminoso do crime, o mentiroso da mentira... Todo mundo já deve ter feito a experiência de Paulo de Tarso e tantos outros que nos precederam: “Por que não faço o bem que desejo, mas faço o mal que não quero?
Não devemos aumentar o problema dos demais com fofocas e julgamentos. E nossa torcida deve ser sempre para que o outro progrida, cresça, mesmo se por conta disso, em algum momento, possamos sair perdendo. A gente acaba aprendendo no decorrer da vida que nem tudo que aparenta ser perda, derrota, morte, de fato é. Na convivência saudável ganhamos todos.
Afinal, como nos sentimos depois de superarmos uma derrota ou uma perda? Certamente, fortalecidos!

3 comentários:

  1. Comparto plenament! Cuánto nos cuesta aceptar la fargilidad de los otros, en parte porque nos cuesta aceptar la propia. Somos muy rápidos para juzgar a los otros y muy lentos para reconocer nuestros errores. En eso la maternidad me ha ayudado mucho. Adoro a mis hijos y me ha costado mucho verlos como personas diferentes de mí, con sus propios defectos y virtudes. He tenido que aprender que se equivocan, que hacen cosas mal, así como hacen cosas hermosas. Y también se aprende con la familia, con personas que queremos mucho y cometen errores. Uno puede mirar para el otro lado y hacer de cuenta que no existen sus errores, reclamarles por ellos, o aceptarlos, quererelos pese a todo y ayudarlos a retomar el camino y recomponer lo que han roto. Lleva mucho tiempo y esfuerzo aceptar a los otros con lo que nos dan de bueno y con lo que nos duelen sus errores. Pero claro, eso no quiere decir que haya que perdonarlo todo ni tolerarlo todo. Muchas veces querer es también señalar los errores. No es fácil encontrar los equilibrios, y menos aceptar los errores de los otros, pero vale la pena el esfuerzo. Mariana

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  2. O que podemos fazer com os erros dos outros?
    Eu refleti no singular: - O que eu posso fazer com os erros dos outros?
    Achei difícil pensar sobre isso, porque durante a reflexão martelava forte no meu consciente o que Jesus disse uma vez: -“ Aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra.”
    Com isso, a responsabilidade da reflexão tornou-se tão delicada quanto a tensão que sofre uma superfície de água num copo cheio. Uma pequena gota pode por em risco o limite e transbordar no momento indesejado.
    É comum me deparar com situações intrigantes. Com tanta gente convivendo dentro de uma comunidade, cada qual com seu modo de ser e ver, segundo sua cultura, seu ponto de vista e seus princípios, vejo comportamentos tão diferenciados que podem agradar ou não. A comunicação entre as pessoas se encarrega de divulgar os atos ou atitudes de pessoas que agem de boa ou má fé e quantos erros podem acontecer. O que fazer com esses erros que podem ter sido cometidos ingênua ou calculadamente?
    Jesus não condenou a pecadora, mas suas palavras, sempre, indicaram caminhos que devem ser trilhados com retidão. Portanto, acredito que se estiver ao meu alcance, o que eu poderei fazer é mostrar à pessoa onde errou e dizer o que eu faria se estivesse em seu lugar e deixar que ela reflita e tome a decisão que achar mais conveniente.
    Será que com essa atitude eu fico em cima do muro?

    Ruth

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  3. Fiquei encantada com este texto. Vou copiar para tratar essa questão na próxima semana com meus alunos. Todos nós sabemos disso, mas precisamos ouvir, ler, ruminar... Obrigada pela colaboração. Nada nos é mais valioso que a própria vida e, às vezes, perdemos grandes oportunidade de investir na qualidade de vida fazendo o bem. Valeu.

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