quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Atiçando o paladar...

Observar a fruta no pé ou a verdura na horta é muito bom. Mas nem sempre ali na natureza elas duram o tempo que a gente gostaria. Por isso, é preciso disposição para aproveitar o máximo do que elas oferecem e por mais tempo.

Nos últimos dias fiz licor de jabuticaba, pepino em conserva, jurubeba curtida (só eu gosto), suco de maga verde com hortelã, e congelei acerola e manga.




A receita é da Gilda: jaboticabas limpas (mas sem lavar), açúcar e cachaça. 13 dias de repouso num recipiente de vidro fechado. Depois é só coar. É a segunda vez que faço e testemunho que dá certo. O sabor é ótimo, mas o aroma é impressionante




Esse pepininho em conserva também é muito bom. Vai bem com cervejinha gelada, ou pode ser usado no recheio de sanduíches.


A jurubeba é amarga. Muito amarga! Eu sempre como com carnes e comidas com tempero mais forte e nunca tenho problema com o fígado e estômago. Se alguém quiser, está à disposição. 

Também coloquei as mãos na massa, literalmente. Com a ajuda da Oneide que me ensinou uma receita de massa muito simples, fiz tortelli di zucca. Esse prato típico no Norte da Itália por ocasião das festas natalinas, especialmente na ceia de Natal, é um dos meus preferidos. Depois de cozido, basta derreter manteiga, sálvia fresca e queijo ralado. A combinação é perfeita.




Postei nos “aromas e sabores” a receita do arroz com linguiça na panela de pressão. Esse prato é um coringa. Satisfaz todo mundo (as crianças adoram!), e pode ser feito até para as visitas.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

"Clara como a luz do sol..."


18 de dezembro de 1988.
Estação de Brescia, Lombardia, Itália.

No meio de uma recepção calorosa, numa noite muito fria de inverno, cruzei com a Clara pela primeira vez. Ali nasceu uma história de amor e amizade que amadureceu nesses 24 anos, fazendo com que nos transformássemos em família com tudo o que isso significa.
Atravessamos o Atlântico inúmeras vezes ao longo desses anos com a mesma ansiedade de sempre. Nestes encontros sempre fazemos o mesmo check list de coisas para cumprir. E é impressionante como tudo é saboreado como se fosse a primeira vez, desde um simples café da manhã no bar até o imperdível tortelli di zucca, que só de imaginar me dá água na boca... humm!!!!!!
Sua casa, na Via Montessouri, se transformou na minha casa, e aqui no Brasil ela tem várias moradas, pois cativou o coração de tanta gente. Não é Thalita, Rodrigo Edson, Popó, Moisés, Paulinho e Andréia??? Vixe! Paro por aqui, mas teria muita gente para incluir nesta lista. 
Ontem foi seu aniversário e quem ganha presente somos nós. 
E bom demais fazer parte da sua vida e agradeço pela pessoa bonita, disponível, forte e parceira “de todas as horas”. 

Te voglio tanto bene!



sábado, 3 de novembro de 2012

“O sabor das mangas e das maçãs...”

O aroma, o sabor, a beleza, a diversidade... tudo isso a manga tem em abundância. Aqui no Centro Sul do Brasil está chegando a época da colheita. Tem aquelas cuidadosamente plantadas e cultivadas, mas tem também as que foram semeadas por chupadores de manga anônimos que atiraram o bagaço num pasto qualquer... No quintal, à beira das estradas, nos pastos ou nas calçadas (como em Belém e Assunción), elas produzem com fartura. No início da safra, quando a vontade é ainda mais aguçada é comum assistir aos profissionais do tiro ao alvo amadores buscando aquela que amadureceu primeiro, bem no alto da mangueira.




As mangueiras mesmo sem frutos têm seu encanto. Principalmente aquelas do pasto, podadas por bois e vacas que se alimentam também de suas folhas. A precisão da poda da base da árvore é impressionante. Além disso, seus galhos são propícios para balanços, que transportam crianças e adultos para um mundo de sonhos.


Acima ou abaixo dos trópicos habitam a macieiras, com espetáculo bem parecido. Tem as cultivadas e aquelas quase naturais, dos pastos e quintais. Aroma, formato, sabor e um rol enorme de benefícios para a saúde justificam a existência desse fruto inspirador de muitas histórias e fábulas. Impossível não se render à beleza que beira a perfeição desse fruto tão conhecido e consumido.




Na Suíça, as macieiras estão por toda parte e em grande quantidade. A produção é tão natural que nem causa impacto. Da árvore para o forno é como num passe de mágica... E por falar nisso, quem fica indiferente ao cheiro inconfundível da torta de maçãs? Aquela tortinha do Mc Donald’s sem cor nem sabor, nem chega aos pés do verdadeiro strudel de maçã feito por mãos habilidosas de quem vive na terra das macieiras. Naquele país experimentei pela primeira e única vez o “mosto de maçã”. Uma bebida à base da fruta fermentada que deixa a gente “feliz e leve” e, se não houver controle, “derrubado”.


Eu tenho um amigo-irmão da terra das maçãs, o Christian. Dessas amizades inesperadas, mas que duram para sempre. Tive a oportunidade de conhecer um pouco do seu país, sua família, seu povo... e, é claro, as macieiras, com strudel e mosto. O filho suíço é companheiro de aventuras, de esporte. A mãe Clara é a senhora simpatia. Suas mãos abençoadas e hábeis deslizam na cozinha criando verdadeiras obras de arte da gastronomia. Eu tive a honra de ter me sentado à sua mesa e degustado tanta comida boa, além da companhia agradável daquela família acolhedora.



O pai Walter é um homem da terra, muito bom exemplar de uma Suíça encantadora. Me acolheu como um filho, prova disso é que me concedeu o direito de dirigir seu “trator de estimação”. Além disso, me iniciou na arte de apreciar o mosto de maçã, e queijos artesanais das montanhas.

Prá finalizar, ainda sobre mangas e maçãs, além das combinações que já existem, tem uma completamente original, resultado da união de uma representante dos trópicos, da terra das mangas, a Keila, com um representante dos Cantões Suíços, terra das maçãs, o Christian. E não pára por aí, pois da união desses dois nasceu a Nina, uma bela mistura de manga e maçã!!! Mas a história desses três é um outro capítulo, e um dia, com autorização (rs!) eu publico.