segunda-feira, 25 de julho de 2011

Um mate pelo Uruguay!!


Acabo de tomar um mate em homenagem à vitória da seleção uruguaia na Copa América. Fizeram uma ótima campanha e o resultado foi merecido. Para a seleção brasileira fica a humilhação, companhia muito íntima da arrogância. Apesar do bom time convocado pelo Mano, o resultado mostrou que nomes e salários não ganham campeonato, mas dedicação, concentração, trabalho, e, é claro, um pouco de sorte! Pode ser um boa lição, afinal, o grande campeonato ainda está por vir.
Por hoje, viva a Celeste! Viva a alegria do povo uruguaio!

Retomando... e prá recomeçar, indignação com usinas de açúcar e álcool.

Bora retomar o leme desse blog.
Tantas coisas aconteceram nesse período, tanto no macro como no microcosmos. A grande roda da vida não pára nunca.

Prá começar, quero demonstrar uma indignação com relação aos proprietários de usinas de açúcar e álcool (etanol).
Quase impossível encontrar alguém satisfeito com esse grupo de empresários, a não ser eles mesmos, que lucram cada dia mais com a atividade.
Quem teve oportunidade de sobrevoar o Estado de São Paulo deve ter ficado surpreso como a produção de cana reina quase isoladamente. Quem trafega pelas grandes rodovias e vicinais que cortam a região também pode testemunhar que a monocultura canavieira toma conta das propriedades agrícolas.
E olha que já são longos anos, décadas até. As justificativas são as mais diversas possíveis: gera emprego, alavanca o país, que destaca-se como pioneiro no produção de biocombustível. Mas o que preço que pagamos pelo bem-estar de poucos é muito alto.
1. A sujeira: exatamente no período de seca, e, consequentemente, baixa umidade, as queimadas provocam uma invasão de cinzas em nossas residências. Quem reclama de uma simples poeira, não sabe o que é conviver com uma substância que penetra nossos lares através do ar que respiramos, e da herança que deixa por conta da fuligem. Já tentaram varrer a fuligem? Difícil! Melhor seria lavá-la, mas gastar água quase diariamente nessa labuta seria um prejuízo ainda maior para o bolso e a natureza.
2. Ainda com relação às queimadas, todo mundo sabe que se for impreterível que ela aconteça, que seja num sentindo crescente de um lado para o outro, para que os animais silvestres que ali encontraram seu abrigo provisório, possam fugir e salvar suas vidas. Mas não é isso que geralmente acontece: ateiam fogo pelos cantos, e o resultado disso é matança covarde de muitos deles.
3. A mão de obra. Muitos justificam a permanência da cultura da cana também pelo fato de gerar empregos. Ora, outra cultura não alcançaria a mesma finalidade? Conheci muitas famílias que conseguiam seu “ganha-pão” na “panha de algodão”. Além do espetáculo do algodoal maduro, branquinho, muitas famílias garantiam sua sobrevivência com as inúmeras arrobas colhidas. Sem falar na laranja, café, arroz, feijão, soja, e, em nossa reunião, de maneira surpreendente, a uva, macadâmia, goiaba... Seja com a cana ou outra cultura o respeito ao trabalhador deve ser incondicional. E os flagrantes ocorridos nas contratações de grupos que são trazidos de outras partes do país mostram o contrário. Ainda na semana passada o jornal local mostrou um grupo abandonado, sobrevivendo com a solidariedade de tantos homens e mulheres sensíveis ao seu sofrimento.
4. O preço do combustível e do açúcar: alguém consegue entender o porquê de preços tão abusivos? Estamos dentro do maior estado produtor de Álcool Etílico Hidratado Carburante, o Etanol, e convivemos com um preço por litro que mais parece um furto, ou melhor, um roubo, quando chegamos à bomba. De um dia para outro o preço subiu uma média de R$ 0,50 por litro. Com relação ao açúcar, o escândalo é bem parecido.
5. O Transporte. Durante a colheita da cana, caminhões bi-trens e treminhões trafegam em nossas vicinais sem o controle necessário. Os acidentes com vítimas fatais têm sido cada vez mais comuns para tristeza das famílias e insegurança dos que precisam usar a rodovia.
E quem é que paga a conta?
Gostaria de postar aqui os endereços das usinas de açúcar e álcool que protagonizam esse cenário, para que todos pudessem mandar a conta dos prejuízos. Imagine a D. Maria enviando a conta de água ou da receita médica pelos remédios que precisou tomar por conta de doenças respiratórias. Em alguns casos, somente quando atinge o bolso ou a conta bancária é que há uma eficiente mudança de atitude.
Sei que muitos promotores de justiça e policiais ambientais por exemplo tentam realizar sua tarefa, fazendo cumprir a lei e os termos de ajustamento de condutas, mas ainda é muito pouco. É preciso diminuir a autonomia desse grupo que, visando o lucro a qualquer custo, ainda reina como senhores feudais.