quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Thor e Belle

Eu sabia que estava chegando a hora...
Aliás, eu até pedi que essa hora não demorasse. Ver um velho amigo sofrer faz sofrer...
Mas o pedido sempre foi acompanhado de gratidão. Como foi bom viver em sua companhia!!!
Cachorro forte, corajoso, honrava seu nome: Thor!!!
Mas por trás desse pequeno trovão também habitava um animal tímido, frágil, que não gostava nada da solidão... Mesmo ceifado de boa parte dos sentidos, sabia se orientar para locais estratégicos: o quarto da minha mãe, onde dormia; perto da pia ou do fogão, enquanto ela cozinhava; ou no tapete da sala, também ao lado dela. 
Os últimos anos não foram fáceis para ele. Com a saúde debilitada, necessitava de muitos cuidados. Já não tinha aquele vigor, mas sua dignidade foi garantida pelo essencial que vale para todo mundo e que brota do coração, o amor. 
Perdeu sua companheira de todas as horas em novembro do ano passado. Depois disso, foi entregando os pontos devagar.
Ontem, quando teve convulsões, ofereci minhas mãos e braços numa tentativa de lhe garantir alívio. Aquele abraço forte, apertado, prolongado foi para dizer que ele nunca esteve sozinho, nem nessa hora mais difícil.
Nessa tarde chegou ao fim sua missão de cão companheiro. Foi descansar onde todos seus companheiros descansam... no Campo Alegre, bem perto de rosas bonitas e cheirosas chamadas Kika, Amendoim, Rany e Belle.  Mas não vai ter planta nova em sua homenagem. Sem imaginar, eu já tinha plantado há anos um pau-brasil legítimo, que nesses dias está florescendo. É sob sua sombra que descansará esse guerreiro.
Obrigado, Thor!!! 

E a Belle...

Uma cachorrinha tão linda e educada como a Belle, só podia ter esse nome. 
Não tive condições de escrever quando ela foi morar no jardim, pois foi muito difícil. Parecia que sua força seria sempre suficiente para superar tudo. Mas não foi assim. Não é assim para ninguém. Em algum momento devemos mudar para algum jardim. No caso deles, vão de mala e cuia para o Campo Alegre. E ali continuam fazendo parte da linda natureza criada por Deus. 
Ela também foi companheira de todas as horas, principalmente da minha irmã. Incrível como  viviam em sintonia... ela podia perceber que a Sandra estava chegando mesmo quando ainda estava a quilômetros de distância... dormia ao lado de sua cama, a seguia até o banheiro e ficava de prontidão aguardando seu retorno, quando saia. E foi em suas mãos que respirou pela última vez.  Thor sempre foi seu eterno namorado. Todas as manhãs ela ia chegando perto, encostava e não se arredava enquanto ele não a lambia toda. 
Desde novembro ela foi morar no jardim e aguardava ansiosa a chegada de seu companheiro.

Por fim, não podia deixar de falar das cuidadoras desses dois amigos, Selma e Sandra.
Com elas, eles sabiam que estavam sempre em boas mãos. Noites e noites acordando para limpar sujeiras de cachorros dodóis... comida na hora certa, abrindo mão de passeios e viagens para não deixá-los sozinhos. Sem falar no carro da Sandra sempre com cheiro forte do Thor, e os tapetes de casa sempre molhados de xixi, mau hábito pelo ar... nada disso foi suficiente para desanimá-las. Quatro guerreiros, cada um da sua maneira. Com a partida de dois deles, as que ficaram merecem descanso e uma vida feliz. Que coração grande e generoso dessas duas!
Parabéns, Sandra e Selma!
Obrigado, Belle e Thor! Floresçam no jardim que agora é sua casa!!!!
Com as saudades de sempre...

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Um jovem Major chamado Rodrigo Edson!

Falar dos próprios méritos e vitórias pode soar mal, dar uma sensação de superioridade e até arrogância. Mas a verdade é que reconhecer a conquista dos objetivos pode estimular um crescimento pessoal contínuo, motivando outros a darem o melhor de si.
Vou contar a história de uma pessoa, que tem a minha mais profunda admiração pela força de vontade e disciplina na conquista de suas metas.
Receber um nome composto que sempre provoca risos ao ser pronunciado já era um prenúncio de que o menino seria notável. Afinal, será que existe algum outro Rodrigo Edson? Eu duvido!!!! Nem vou dizer os sobrenomes de pai e mãe, pois de tão simples e comuns, passariam despercebidos diante desta composição exclusiva.
Várias pontes cruzaram a vida desse garoto, que é fruto do encontro de um nordestino com uma mineira, bem no seio do Distrito Federal. Uma das maiores pontes certamente foi a que o fez vencer a timidez e passar para a outra margem, a da comunicação. Consegue atingir com sua maneira simples de se expressar crianças e idosos, que sentem prazer pela sua presença; também seus alunos que certamente se entusiasmam pela maneira apaixonada com que vive a profissão; e seus pacientes pela forma acolhedora e cuidadosa com que recebe cada um para o tratamento da saúde bucal. 
Outra ponte cruzada foi a do ostracismo para o sucesso. Quem daria algum tostão furado para aquele “garotinho do Colégio militar” que tinha o péssimo hábito de autoflagelação (risos...), machucando de propósito a própria unha do pé? Sem falar que vivia explorando o irmão caçula na venda de chup chup (din-din ou juju) nas redondezas de onde vivia. Era mais um menino no meio de tantos outros.
Apesar de ser um desportista, não foi nessa área que se sobressaiu, mas sim na acadêmica. Teve a oportunidade de escolher entre as melhores universidades públicas do país onde queria se graduar em Odontologia. Além de uma lista grande de particulares, deixou pra trás a UNESP, UNB para cursar a Universidade de São Paulo, USP, em Ribeirão Preto. Ali conquistou o primeiro lugar na lista de aprovados na primeira fase do vestibular, concorrendo com milhares de jovens de todo o país. Mas o mérito maior na USP foi ter conseguido a brilhante posição de melhor aluno do curso de Odontologia da Universidade, Turma de 2003.
Foi então que cruzou rapidamente mais uma ponte, a da graduação para o mestrado, na mesma universidade, dando sequência a sua série de conquistas.
Mas uma grande ponte ainda estava por atravessar, a da vida civil para a militar. E essa foi uma das mais árduas e que exigiu o maior esforço. Abriu mão do lazer, viagens, vida familiar e convivência com os amigos para se preparar para o concurso de ingresso para cirurgião dentista do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. A recompensa do esforço e dedicação foi coroada pela aprovação em todas as fases do concurso, tendo tomado posse no ano de 2007. 
Além disso, há algum tempo trabalha na Universidade Católica de Brasília, na formação de novos dentistas, e, em pouco tempo, já cativou seus alunos, a ponto de receber várias homenagens.
Hoje, com apenas 35 anos de idade, cultiva os merecidos títulos de Professor, Mestre e Major.

Mas o que o torna diferente dos demais é sua humildade. Vive de forma simples, sem ostentação e com a atenção sempre voltada para a necessidade dos outros.

Parabéns, Rodrigo Edson! Para você, nota 10, com louvor!!!!