domingo, 15 de maio de 2011

Pensando em comunicação...


Cada um se comunica como quer, pode ou sabe... (1)

Essa história de comunicação é um desafio, pois nem sempre o que comunicamos é realmente o que queremos expressar. A gente esbarra em muitas barreiras, nossas e dos outros. Para comunicar profundamente é necessário expressar de forma clara, em códigos e sinais decifráveis pelos demais. Com relação aos outros é preciso abertura, acolhimento, atenção. Sem isso corremos o risco de não comunicar. E quando não há comunicação, o ambiente pode ficar tenso, confuso, embaraçoso, as pessoas vão se isolando, se distanciando, acumulando chateações e até rancores.
As linhas mais comuns de comunicação são aquelas entre pais e filhos, irmãos, marido e esposa, amigos entre si, chefes e subordinados, colegas de trabalho.
Dentre as muitas barreiras da comunicação destaco o medo como uma das principais. O medo de expressar a verdade impede que a comunicação aconteça. E uma das causas na minha opinião é a hierarquia. Está estabelecido que o pai manda no filho, o patrão manda no empregado, o amigo mandão coleciona súditos, etc etc e muitas eticéteras. Agora, convenhamos, quando o medo impede a comunicação todo mundo sai perdendo. Pobres dos chefes cujos subordinados têm medo de se expressar. Certamente nunca conhecerão seus funcionários e perderão muitas oportunidades de crescimento na sua empresa. E isso vale para todos. Pais, por exemplo, devem criar um canal de comunicação completamente livre com os filhos. Dessa liberdade nasce a confiança, que afasta o medo.
As palavras, faladas e escritas, são fontes privilegiadas de comunicação. Por isso cada um faz uso delas como convém. Nesta semana vi uma discussão no Jornal Nacional sobre a linguagem culta e aquela usada pela maioria da população. Uma coisa é usar a palavra para comunicar. Vale tudo, inclusive erro de grafia. Outra coisa é a fidelidade ao idioma, exigência do uso correto por conta das funções e cargos que ocupamos.
Tantas pessoas de diferentes nações se encontram para algo comum, e, na ausência do idioma único, vale a tentativa, a iniciativa, o desejo de comunicar de forma que o outro compreenda. Aí entra uma outra fonte privilegiada de comunicação: a linguagem dos sinais. Para além das libras, esta forma de expressar passa pelos olhares, gestos. Olhares que significam “eu te amo!”, ou “socorro!”, por exemplo. Quem Nunca se comunicou dessa forma? E olha que às vezes os olhares e os gestos superam as palavras. Podem ser mais verdadeiros. Muitas pessoas proferem palavras que traem o que levam no coração, na vontade. E não deveria ser assim.
Hoje as redes sociais surgem para estabelecer uma nova forma de comunicação. Quem cria um Orkut, facebook, quepasa, twitter, msn está querendo comunicar. Quer partilhar, ser notado, cultivar amizades. Todo mundo tem direito de mostrar para quem quer que seja: “estou amando”, “cansado”, “...de férias”, “pensando”, “zzzzzzzz”, “revoltado”, “que dia!”,O Senhor é meu pastor!”, “Deus é mais!”, e assim por diante. Essas palavras postadas no msn ou as pequenas frases no twitter são formas escolhidas por algumas pessoas para darem seu recado. Tem gente que não gosta de nada disso, e chega até a criticar. Acontece que ninguém foi feito para viver sozinho, isolado. A Mari Gadú, cantora paulistana de voz e composição admiráveis, revela no “extras” de seu DVD, que não gosta de viver sozinha, mas de “dividir solidão”. Nós dividimos e confiamos nossas solidões e intimidades com os outros. O nosso tesouro interior fica maior quando isso acontece.
Uns mais, outros menos, todo mundo gosta de receber um elogio, de ser reconhecido, valorizado, admirado, lembrado. Só não vale depender disso prá viver, pois isso poderia gerar uma instabilidade na nossa vida. Não é verdade que a gente fica mais feliz e mais animado quando se sente querido, valorizado?
Jesus, que foi um grande comunicador, comparou o Reino de Deus como um pescador que tem uma pesca farta, o fermento que faz a massa crescer, o colecionador que encontra a pedra mais preciosa. Eu completaria, o Reino de Deus é comparado ao compositor que faz uma música que chega aos corações, uma cozinheira que faz um prato que satisfaz todos convidados, um jardineiro que cria um ambiente que atrai as pessoas, pássaros e borboletas. A alegria que brota daí é comparável ao Reino de Deus! A comunicação gera liberdade e alegria quando de fato acontece.
“Eita, ferro!” como dizem os brasilienses, esse texto tá ficando muito longo. Coloquei (1) no título, pois é um assunto que gostaria de aprofundar.

Nesta semana vamos caprichar na comunicação, seja através das palavras, dos gestos ou dos olhares.

Um comentário:

  1. Los comunicadores profesionales dicen "es imposible no comunicar, siempre estamos comunicando algo", con nuestras palabras, nuestros gestos, nuestros silencios y hasta con nuestras ausencias. El problema está en que los otros no siempre lo notan y aquellos que queremos comunicar no siempre somos claros, transparentes, no siempre somos "efectivos". Esto es en la teoría. En la práctica aprendí que hay personas que no quieren escuchar o ver al otro, porque hacerlo implicaría hacer algo, cambiar, ayudar, estar, y eso a veces da trabajo. Y porque escuhar de corazón implica ponerse en el lugar del otro para entender qué es realmente lo que dice, porque lo dice, y hasta que punto no me está interpelando o cuestionando, y eso también da trabajo. Si escuchamos solamente desde nuestro espacio, desde nuestros códigos e idiomas seguramente no entendamos la mitad de lo que el otro nos quieren decir. Jesús escuchaba a las personas que lo rodeaban, se acercaba a ellas y les pedía que lo invitaran a su casa para compartir la comida. Con esto el quería acercarse a lo más íntimo de las personas para poder entenderlas realmente, compartir la mesa y el pan es compartir lo más sagrado, la reunión familiar, el fruto del esfuerzo cotidiano y lo mucho o poco que este consigue. Pero además Jesús hacía silencio para que el otro puidiera tener su espacio para contar y sabía ver al otro más alla de lo aparente. También en esto es un maestro que nos deja esa enseñanza. Para comunicar hay que tratar de encontrar la mejor manera de decir, la más efectiva, pero para escuchar al otro hay que tomarse el trabajo y querer realmente entender.

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